sábado, 19 de março de 2011

O agricultor de fábulas


Segue o agricultor de fábulas, sobre seu Pegasus dourado.
Segue sem tempo, caminhando sobre nuvens
Joga sementes de vento sobre o ar.

A Quimera da civilização o persegue sem que ele se dê conta
Espreita-o por todo o caminho, perturba a realidade
Faz os piores pesadelos parecerem os mais belos sonhos.

O agricultor segue sem perceber a emboscada que o aguarda
Já é prisioneiro, mas não o sabe. É escravo e não se importa
Perde seu tempo semeando de nada o futuro.

-Acorde senhor agricultor, ou será devorado – grito eu
Sou ignorado, a fábula parece inabalável perante meus esforços
A quimera aproxima-se cada vez mais, e minhas forças acabaram

-Decifra-me ou devoro-te – disse a quimera, que nesta hora pintou-se de esfinge
O sono acabou, é tarde demais. Não há o que fazer...
Lágrimas de sangue cobrem meus olhos.

Minha dedicação será inútil?
Por que não consegui te acordar até agora?
Será que você – sábio agricultor – terá que acordar sozinho?

Enfermeira, costure a minha testa
E coloque para dentro
A consciência que me resta!

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