sábado, 27 de agosto de 2011

Profecia

Sacia-se da sede de sangue
Do triunfo dos predestinados,
Tinge-se as casas do poder de vermelho
Do sangue carmesim.
O Sol enegrece
De verão em verão
O clima é diferente, traiçoeiro.
Ainda quer saber o que acontece?

Irmãos lutarão contra irmãos
E matarão uns aos outros,
Seus filhos, suas irmãs
A miséria dissolve a humanidade
O mundo está morrendo
Na prostituição cotidiana

Uma era de machado,
Uma era de espada (e o sol surge)
Escudos são destroçados

Uma era de vento,
Uma era de lobo
Antes que o mundo se acabe
Nenhum homem será misericordioso
Nem consigo, nem com o outro

Fujam de suas casas
O Sol agora é negro
A terra se afunda no mar
Estrelas vão sumindo
E o fogo queima os céus.
Ainda quer saber o que acontece?

Os Homens sobre o tabuleiro de xadrez
Dizem-lhe para levantar, Dizem-lhe para onde ir
Consuma sua raiva, compre o mais novo produto
A ciência diz que é esse o caminho
E a democracia agora é nossa perdição.

Mas quando a lógica e a proporção
Tiverem caído por terra
E os guerreiros de Freya falarem ao contrário
Sobre as coisas do novo mundo
Onde ninguém é menos, ninguém é mais,
Finalmente podemos nos orgulhar e dizer
“Libertamos nossas mentes!”

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Acasos


Mesmo a máquina mais moderna,
Precisa de alguém que a ligue.

A bomba que devasta e que mata,
Precisa de alguém que a faça explodir.

A arma que aterroriza e que oprime,
Precisa de alguém que lhe aperte o gatilho.

A guerra mais brutal e sanguinária,
Precisa de alguém que nela mate, e que nela morra.

O Estado, que é o privilégio da burguesia,
Precisa de alguém que o legitime, que o aceite.

Assim como a mais bela canção,
O poema mais profundo,
A mais perfeita pintura
Ou o maior amor já vivido,

Para mudar o mundo em que se vive
Para faze-lo justo, belo, vivo
Sem miseráveis e milionários
Só precisamos de pessoas que o queiram diferente.

domingo, 14 de agosto de 2011

O Show tem que continuar?


Aqui, nós te fazemos sorrir.
Te fazemos chorar.
Te fazemos sentir,
Te fazemos amar.

Toda tua vida desgraçada
Rotineira e sem graça
De ciclos repetidos
De obediência servil.

Aqui nós transformamos em aventura,
Na alegria que te falta
No beijo esquecido,
Na amável ternura.

Aqui nós te ensinamos a resignar
Fabricando-o desde cedo
A massa infante de gentes
Descerebrados estúpidos, egoístas.

E se fazemos isto
É porque faz mais sentido assim
Pois é este o caminho para ser feliz,
E felicidade é…

Desligo o televisor. Deixe que a felicidade defina a si mesma.