quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Literatura de Bordel


Eu sou uma puta. Isso mesmo, uma puta!
Assim me criei, desde cedo, como uma puta suja, que se vende por qualquer trocado, por qualquer migalha.
Quando nasci meu destino já estava traçado. Mamãe tecia planos para meu futuro, queria-me uma boa cortesã. Para isso colocou-me nas melhores escolas, onde – junto a vários outros aprendizes – me ensinaram que não havia outra vocação para mim, me vender era a única alternativa digna a minha existência. Qualquer outra forma de sustento era, sem dúvida, um ultraje, uma heresia.
A juventude é sempre um prazer, e tão logo aprendi que o correto era adquirir um status de boa mercadoria, encaminhei-me para um bom curso superior. Mamãe e papai, que sempre foram boas putas, me ajudaram nesta caminhada. Direito, Publicidade, Medicina, pouco importava o curso, o essencial era ser sempre a mais vagabunda, a que se vendia mais e por mais barato.
Hoje sou a mais bela e requisitada prostituta da região. Cobro barato e faço um bom serviço, deixando sempre muito satisfeitos os clientes.
É claro que chegar onde cheguei não foi fácil, coloquei anúncios nos jornais, nas rádios, nos outdoors, na televisão, para que todos pudessem sonhar em viver um dia na High Society das meretrizes. Quanto mais sonhavam com isso, mais eu crescia.
Sou uma rameira. Vendo-me e faço vender. Algum problema com isso?
Somos todos putas. Expomos-nos em vitrines e nos entregamos ao primeiro rapagão que aparece com alguma ninharia. Fomos putas ontem e hoje. Será que ainda o seremos amanhã?
Tome um trocado!

2 comentários:

  1. sinceramente, eu tenho lido teus textos... e não entendo pq vc ainda não começou a compor pra banda! Vc tem um talento muito bom com as palavras, gostei!

    abraços

    Lucas Bottle

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  2. Não se irrite mais quando alguem lhe chamar de FDP!!!!!

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